domingo, 24 de julho de 2011

CV


Ex-criança
Ex-filho
Ex-amigo
Ex-atleta
Ex-amante
Ex-futuro
Ex-promessa

Somos amparados
Entre o “ex” e o nada
Mas, e se o “se” existisse
O que seriamos?

O que seremos?
Se o nada é perene
Se o nada resiste
Se em nada cremos

Se nada somos
Senão o que fomos

O nada nos permite
Todos os “se’s”
De uma longa estrada
Que um dia deixamos

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Occupation 101: Voice of the Silenced Majority

O tema deste documentário é muito polêmico e qualquer opinião pode parecer partidária, panfletária e promover o ódio que a lógica polarizada de nossa cultura nos limitou. Não é questão de estar de um lado ou de outro, do bem contra o mal, da vítima contra o vilão.

A questão colocada neste filme é baseada em fatos, realidade incontestável, em que a mídia mascára, através da cultura da pena, da justiça do poder etnocentrico e do estigma criado em relação à outras culturas, estigmas que criaram slogans como: "a luta contra o terror", "o povo injustiçado", "bárbaros" "vamos salvar o mundo".


Neste segundo, o que você vê neste filme está acontecendo, famílias dizimadas, estupros, mortes, crueldade, covardia cometida por um grupo de grande poder político e econômico que se justifica  através da religião como aqueles que foram vítimas outrora e nos fizeram chorar com filmes comoventes, tão tristes como a realidade que se presencia neste filme.

É sob esta ótica que é preciso ver este filme, pois ai está a oportunidade de desmistificar o lado do bem e do mal, a vítima e o vilão. É se deparando com esta realidade que nos enchergamos o contra-ponto em relação as "verdades" propagadas pelos meios de comunicação, se percebe que não existe povo mais evoluido que outro.

O que existe é uma estratégia de manutenção de poder, independente de quem vai pagar a conta, os grupos hegemônicos dão as cartas e quem não faz parte vira massa de manobra, utilizam-se das máximas e de valores do "bem contra o mal" para justificar as maiores atrocidades em busca de poder.

O que se pode concluir deste filme é o quanto o ser humano precisa evoluir, o quanto a religião é utilizada para justificar a intolerancia, o ódio, para criar mitos, heróis, terroristas, nações do bem e nações do mal.

Já está na hora de dar um basta ao etnocentrismo, organizações como a ONU devem ser questionadas quanto a legitimação para apoiar, invadir ou julgar países. Por que enforcaram  Saddan Hussein e não enforcaram os Bush? E os crimes de guerra no Vietnã? Três a quatro milhões de vietnamitas dos dois lados morreram, além de outros dois milhões de cambojanos e laocianos, todos em seu território, diferentemente dos judeus-sionistas, que por serem uma organização política de origem nômade e por criarem o movimento sionista, vivem sem nenhum compromisso com o Estado em que ocupam e financiam  o terror na palestina. Que legitimidade têm os EUA de invadir um país sob o pretesto de proteger o mundo da bomba atômica, sendo eles os únicos a dizimarem Hiroshima e Nagazaki com a bomba atômica?

Os números do conflito na palestina atualizados em 2000 mostram o massacre que continua ocorrendo 3.634 palestinos  mortos e 972  israelenses, sendo que a palestina antes do início do movimento sionista era território históricamente de hegêmonia árabe, com um número ínfimo de judeus e católicos que viviam em harmonia, como mostra o filme.


É necessário ressaltar, que não é o fato de ser judeu, católico, muçulmano, budista que se qualifica ser bom ou ruim, mas o que deve ser observado são os movimentos políticos que se baseiam na fé e nos valores para justificarem atrocidades, o que se critica aqui não são os judeus e sim o movimento sionista, assim como outros movimentos politicos baseados em religiões e culturas.

A soberania de um povo deve ser respeitada na mesma medida que sua cultura e seus valores,o multiculturalismo deve ser baseado na tolerância, diferentemente do etnocentrismo que subjulga povos, servem como pretesto para a invasão de países em busca de impor uma cultura em detrimento de outras, fomentando o ódio e a intolerância.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Back To The Present

Agosto, o mês da última postagem...

Sem procurar razões ou motivos, fica aqui a grande questão que muitos se esquivam ou se defendem através dos motivos ou razões - O DESEJO. Defendem por ai que a adversidade, por que não dizer dor, é o que mais inspira o ser humano a produzir ou reproduzir nas formas de expressão.É neste momento que existe o real contato com suas impotências, frustrações, decepções ,o super-homem não consegue mais voar, o futuro e o passado se reduzem ao presente.

Santo Agostinho, definia futuro e passado como meras projeções do presente, ensinou que o passado não existe porque foi esquecido e que futuro são meras expeculações, se ambos  fazem parte do presente serão sucumbidos por ele, que vive uma dinâmica autofágica. Isto é, vale o que fica, o que persiste no presente é presente e é neste tempo que se vive e se faz escolhas.

Por outro lado, existem os instintos que o tempo todo impelem os seres a buscarem sua satisfação. O ser humano se diferencia por depositar nas instituições o mecanismo racional e linear para satisfazer seus instintos, se casa para não se ter que usa a força e a disputa para se ter companhia, sexo e procriar, se trabalha para se ter dinheiro e não ter que matar para viver, e neste mecanismo foi elaborado o tempo, as fases, valores e as metas (o interessante é que se continua se usando a força, se disputando e se matando para satisfação dos instintos, a diferença é que temos as instituições para justificar e julgar tais atos).

Ai está a armadilha...

Muitas vezes se esquece do presente, para ruminar o que já aconteceu e não há como mudar ou projetar as realizações para o futuro e esta dinâmica linear sufoca o ser humano, todos se perdem no tempo e nas razões, pois é muito difícil assumir seus desejos independentes da razão, todos se preocupam mais em justificar suas atitudes do que com a própria atitude, se preocupam mais com o passado e o futuro do que com o presente.

Padronizaram o tempo e o desejo, pois são comandados por um inconsciente coletivo, na infância se brinca e se estuda, na adolescência se namora, se estuda e experimentamos o mundo, na juventude se escolhe o que se quer ser para o resto da vida, continuamos namorando e temos que ficar ricos, para no futuro sermos adultos ricos e inabaláveis, que não brincam, não namoram e não mais experimentam o mundo, se prendem em uma ou várias redomas institucionais e a negação de seus desejos se justifica em passar para os filhos suas impotências e frustrações para que eles paguem a conta por você não ter se respeitado. La vai um a frase cliche, brega, mas oportuna: "Assim caminha a humanidade, com passos de formiga e sem vontade"

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

João Rubinato

Mais conhecido pelo seu nome artístico, Adoniran Barbosa é fruto de uma família imigrantes italiana do início do século passado, que desembarcaram em São Paulo e ali contribuíram para a formação daquela sociedade, principalmente no sotaque, pois verifica-se em suas letras plurais terminados em "i" ou "e" ao invés de "s" entre outras regras do idioma italiano.

Adoniran Barbosa é o típico artista de rua, forjado por suas inclinações artísticas, sempre buscou ser ator, trabalhar em rádios e de alguma forma a composição e o samba foram a maneira de projetar sua carreira.




Ao contrário dos sambistas que faziam composições preocupados com a riqueza gramatical das letras para sublimar sua origem humilde, as composições de Adoniran buscavam repercutir exatamente a maneira simples do povo se expressar e utilizava esta técnica para retratar a tragédia ou comédia, dependendo do tom da sua interpretação.

Suas canções eram a voz dos despejados da favela, dos engraxates, da mulher submissa, do homem solitário, pois retratava o cotidiano vivido por eles. São cenas da exclusão social que perduram e são reveladas por ele de maneira tragicômica, pois retrata a realidade de um país indiferente a dignidade de seus cidadãos.

Seu percurso para o reconhecimento foi longo e árduo, mas enriqueceu sobre maneira sua obra, pois suas experiências vividas desde cedo, trabalhando para ajudar a família o revela um observador que relata tudo que viveu e se torna o porta-voz das pessoas humildes que brilham por sua própria luz.

Além das composições era um contador de histórias nato e não perdia oportunidade de conta-las em rodas de samba e entrevistas, eram geralmente histórias com ele ocorridas, que retratam seu expírito irreverente e sua inteligência nos diálogos.

Infelizmente não aproveitou seu sucesso e deixou um legado de letras e composições que até hoje ninguem consegue igualar, seu estilo próprio e genuíno, mesmo emprestados aos seus interpretes não surtem o mesmo efeito, mas por outro lado seus sucessos sempre são lembrados em qualquer roda de samba. 

Nos últimos anos de vida, com o enfisema avançando, e a impossibilidade de sair de casa pela noite, o sambista dedica-se a recriar alguns dos espaços mágicos que percorreu na vida. Grava algumas músicas ainda, mas com dificuldade – a respiração e o cansaço não lhe permitem muita coisa mais – dá depoimentos importantes, reavaliando sua trajetória artística. Compõe pouco.

Mas inventa para si uma pequena arte, com pedaços velhos de lata, de madeira, movidos a eletricidade. São rodas-gigante, trens de ferro, carrosséis. Vários e pequenos objetos da ourivesaria popular – enfeites, cigarreiras, bibelôs... 

Fiel até o fim à sua escolha, às observações que colhe do cotidiano, cria um mundo mágico. Quando recebe alguma visita em casa, que se admira com os objetos criados pelo sambista, ouve dele que “alguns chamavam aquilo de higiene mental, mas que não passava de higiene de débil mental...” Como se vê, cultiva o humor como marca registrada. Marca aliás, que aliada à observação da linguagem e dos fatos trágicos do cotidiano, faz dele um sambista tradicional e inovador.

Adoniran Barbosa morre em 1982, aos 72 anos de idade.

Discografia

  • 1951 - "Os mimosos colibris/Saudade da maloca" (78 rpm)
  • 1952 - "Samba do Arnesto/Conselho de mulher" (78 rpm)
  • 1955 - "Saudosa maloca/Samba do Arnesto" (78 rpm)
  • 1958 - "Pra que chorar" (78 rpm)
  • 1958 - "Pafunça/Nois não os bleque tais" (78 rpm)
  • S/D - "Aqui Gerarda!/Juro, amor!" (78 rpm)
  • 1972 - "A Música Brasileira Deste Século -Adoniran Barbosa"
  • 1974 - "Adoniran Barbosa"
  • 1975 - "Adoniran Barbosa"
  • 1979 - "Seu Último Show" (Ao Vivo)
  • 1980 - "Adoniran Barbosa e Convidados"
  • 1984 - "Documento Inédito"
  • 2003 - "2 LPs em 1" (Re-lançamento dos LPs de 1974 e 1975)

Coletâneas

  • 1990 - "O Poeta do Bexiga" (Com interpretes de suas músicas)
  • 1996 - "MPB Compositores: Adoniran Barbosa" (Com participações e interpretes de suas músicas)
  • 1999 - "Meus Momentos: Adoniran Barbosa"
  • 1999 - "Raízes do Samba: Adoniran Barbosa"
  • 2001 - "Para Sempre: Adoniran Barbosa"
  • 2002 - "Identidade: Adoniran Barbosa"
  • 2004 - "O Talento de: Adoniran Barbosa" (Com participações especiais)

[editar] Video

  • 1972 - "Programa Ensaio: Adoniran Barbosa"

Principais composições

sábado, 31 de julho de 2010

ACOMPANHANTES DE LUXO


- Garçon, você tem aquela cerveja Fuller’s Vintage Ale 2009?

- Qual prato você sugere para acompanhar?


Estas perguntas são mais frequentes quando se referem a vinhos, mas é cada dia mais frequente a  procura por cervejas ditas gourmet e os bares e restaurantes estão sendo obrigados a dar atenção a este novo nixo, cada vez mais promissor.

Ao contrário do costume, são cervejas mais fortes, com paladares bastante característicos, que sugerem uma boa acompanhante sobre a mesa, as variedades e combinações são inúmeras e os preços estão cada vez mais acessíveis.

Pratos como Boeuf Bourguignone, da ilustração abaixo, combinam muito bem com cervejas mais encorpadas como a Ale, um Escalope de Vitela ao Queijo vai bem, por exemplo, com a Abadia.

Até para a sobremesa, cabe o acompanhamento da Lambic com, por exemplo, um Chesecake. Além dos pratos e sobremesas, existem cafés que harmonizam muito bem o paladar  antes ou depois da degustação.

Caso haja interesse de se aventurar nesse paraíso gastronômico, fica a dica de um lugar no Rio de Janeiro, que vai proporcionar essa aventura sem ressaca econômica.

O nome do paraíso é Grão-Fino Barfeteria, eles servem um rodízio de cervejas, todas de marcas nacionais de pequeno porte e fabricação artesanal com sugestões de pratos e sobremesas harmonizados, e ainda, ótimos cafés.

Maiores informações no site: http://www.graofinobarfeteria.com.br/



Antes de se aventurar, vale estudar as linhas básicas de harmonização abaixo:

Pilsen - clara, leve, dourada, de médio teor alcoólico (4,5% a 5%) e baixa fermentação, é a cerveja mais consumida no Brasil e no mundo. É refrescante e tem aroma com notas leves de malte, lúpulo e frutas.

Harmonização: queijo brie jovem, aperitivos, carnes vermelhas, defumados e pratos orientais.

Light - versão com menos calorias que o tipo Pilsen e teor alcoólico baixo. (3% a 4%)

Harmonização: saladas e carnes brancas.

Abadia - criada por monges das abadias e mosteiros da Europa na Idade Média, é uma cerveja do tipo Ale. Seu teor alcoólico varia em torno de 6% a 11%. Tem como característica seu aroma frutado ou floral, sabor encorpado e cor variando do dourado ao escuro, com uma espuma marcante.

Harmonização: carne de coelho, pato ou vitela ao queijo de vaca. Molhos mais indicados são os com especiarias.

Malzbier - Escura, mais encorpada, com uma leve doçura, teor alcoólico mais baixo (3,5%), do tipo Larger, com aroma menos frutado, aproximando-se mais do torrado e do caramelo.

Harmonização: peixe defumado.

Stout - Escura, bem encorpada, teor alcoólico médio (4% a 6%), aroma de torrado, é originária da Irlanda e rica em lúpulo.

Harmonização: queijo parmesão, ostras, mariscos, crustáceos e chocolate.

Schwarzbier - Escura, leve, porém encorpada, sofisticada, com notas de toffe e caramelo. Teor alcoólico médio (5% a 5,6%).

Harmonização: queijo pecorino, carne de porco, batata, massas e risotos.

Weiss - Malte feito a partir do trigo (em vez da tradicional cevada), com espuma mais cremosa, estável e pronunciada. Pouco amarga e bastante refrescante e leve, é clara e de teor alcoólico médio (4,5% a 6%).

Harmonização: queijos de cabra, frios, defumados, pratos alemães e aperitivos.

Ale - famosa cerveja inglesa de alta fermentação é bem aromática com notas pronunciadas de frutas. São cervejas mais escuras (âmbar), mais amargas e encorpadas, como aroma de lúpulo também mais pronunciado. Alto teor alcoólico (5% a 7%).

Harmonização: queijo gorgonzola, carne vermelha e condimentos.

Lambic - Cerveja de origem belga pode levar frutas vermelhas. É mais ácida, mais refrescante e possui normalmente cor avermelhada com espuma meio rosada. Teor alcoólico médio (4,5% a 5,5%).

Harmonização: Chocolate ou bolo de frutas.

Bock - Escura com tom avermelhado, mais amarga e com teor alcoólico mais elevado (6% a 7%), com aromas de malte torrado e caramelo. Possui baixa fermentação.

Harmonização: Salsichas, pretzels e mostarda.

A escolha do copo correto também é muito importante para uma correta degustação de cervejas. A cerveja do tipo Pilsen deve ser degustada em copos cônicos: fechados embaixo e abertos em cima. Com isso, essa cerveja mantém todo o CO2 até o final.

Para cervejas mais encorpadas e complexas como as Ales, o copo pode ter as paredes retas ou ser em forma de uma taça de conhaque. Para cervejas de trigo, muito aromáticas e bem carbonatadas, o copo deve ter um bojo na parte superior para armazenar melhor a espuma.

sábado, 24 de julho de 2010

CERVAS!

Produzida através da fermentação de cereais, principalmente a cevada maltada, tem-se notícia que a cerveja é uma das bebidas alcoólicas mais antigas do mundo, passado que remonta 4 mil anos antes de Cristo, inicialmente consumida entre os sumérios, egípcios e mesopotâmios.

Certamente existiram vários tipos de cervejas neste processo histórico, dependendo da região, da cultura, da água e do clima de cada parte do globo. Atualmente,  o processo de fermentação é o quesito principal para se classificar os tipos de cerveja, inicialmente classificadas em dois grupos Ale (alta fermentação) e Larger (baixa fermentação).

A cerveja de alta fermentação, denominada Ale, possui o teor alcoólico mais elevado, entre 4-13%. São mais turvas, saborosas e seu consumo ideal é em temperaturas menos baixas que as Largers, sendo mais tradicionais na Grã-Bretanha e Irlanda, geralmente, seu processo de fabricação e mais lento e artesanal. Os tipos mais conhecidos são mild (meio-amargas), bitter (amargas), pale ale (ale clara), porter (cerveja escura muito apreciada por estivadores) e stout (cerveja preta forte).

As do grupo Larger, originárias da Europa Central, da região hoje conhecida como Alemanha, tem por definição sua baixa fermentação, sua cor clara, e são as mais consumidas e produzidas em larga escala, de maneira industrialializada. São armazenadas em baixas temperaturas por um maior período de tempo, que as tornam mais amadurecidas e com alto teor de gás carbonico, de sabor moderadamente amargo e conteúdo alcoólico entre 3-6% por amostra. 

Os estilos de lager incluem: Bock, Doppelbock, Eisbock, Munchner Helles, Munchner Dunkel, Maibock, Dry Beer, Export, Märzen (feita somente para a Oktoberfest( bávara), Pilsener e Schwarzbier (cerveja preta). Dentre as do tipo larger, o gênero mais consumido é a cerveja Pilsen como a Heineken, Carlsberg, Brahma, Quilmes Budweiser O nome pilsen é derivado de Pilsen, nome alemão da atual cidade de Plzen, localizada na República Checa, onde este estilo de cerveja foi originalmente produzido.

Ainda há a cerveja feita com a fermentação do trigo, as do tipo abadia, cujo processo de produção e ingredientes  torna o sabor bem característico, entre outros tipos exóticos e bastante especias. 

Vale lembrar, que assim como o vinho, cada tipo de cerveja é apropriada para uma ocasião e para acompanhar um prato. No Brasil, ainda não há esse costume, pois a cerveja Pilsen tem quase o monopólio do mercado e como a distinção de sabor é menos acentuada, seu teor alcoólico é menor e seu sabor é mais amargo, geralmente é consumida a qualquer momento, sem necessariamente ter que harmonizar com um prato.

A boa notícia é que com o incremento do mercado interno e da sensível melhoria do poder aquisitivo do brasileiro, o comércio das Ales está começando a ser viável tanto para a importação, quanto para o surgimento de fabricas que se dispõem a produzir no Brasil em menor escala, apostando na criação de um novo mercado consumidor.

Já existem no mercado brasileiro, além das importadas, cervejas nacionais Ale  e artesanais que nada deixam a desejar como: Abadessa Emigrator, Anner Bier, Backer, Baden Baden, Bamberg Alt Bie, Barley, Bauhaus, Bierland, Colorado, Coruja, Dado Bier, EikBier, Eisenbahn, Falke Bier, Jahu, Therezópolis, Schmitt, Wals, Whitehead.

No Rio de Janeiro, há algumas fábricas, geralmente abertas ao público para consumo, pois possuem bar próprio, como é o caso da Choperia Mistura Clássica de Volta Redonda, da Micro-Cervejaria do Bar Vice-Rei, Barra da Tijuca, que produz a cerveja Astrabier e a Cervejaria Röter Brauhof no município de Barra do Piraí.

Abaixo seguem algumas dicas de harmonização:

  • Cervejas leves acompanham comidas leves, enquanto cervejas mais fortes, intensas e encorpadas harmonizam melhor com comidas mais pesadas e gordurosa.
  • Pense em Ales como Vinho Tinto e Lagers como Vinho Branco. Como as Ales são fermentadas em temperaturas mais altas, normalmente são de aromas e sabores mais complexos. Lagers, por serem fermentadas em temperaturas mais baixas, são normalmente mais leves, com aromas e sabores mais suaves. Outro comparativo válido é pensar em cervejas de alto amargor como se fossem vinhos bem ácidos ou com bastante tanino.
  • Quanto mais escura a cerveja, mais escura deve ser a comida da harmonização. Cervejas escuras recebem essa cor dos maltes escuros, que normalmente têm um sabor mais tostado e algumas vezes mais adocicado, que combina bem com os mesmos sabores das comidas bem assadas ou grelhadas.
  • Quanto mais picante for a comida, mais lupulada e amarga deve ser a cerveja. O lúpulo consegue cortar bem o efeito das pimentas, permitindo que você consiga sentir melhor os sabores tanto do prato quanto da cerveja.
  • Deixe que a região seja seu guia. Cervejas e comidas originárias da mesma região quase sempre funcionam bem juntas.
  • É importante ter atenção especial à sequência em que são servidas as cervejas. Se você planeja servir cervejas de diferentes estilos, prefira começar com as mais leves, tanto em sabores quanto em álcool, evoluindo para cervejas mais complexas e encorpadas no final. O mesmo vale para cervejas secas e doces. Comece pelas secas. O objetivo é que os sabores mais intensos não atrapalhem ou sobreponham os sabores mais leves. Também evita que as pessoas sintam-se pesadas ou sonolentas logo no início da harmonização.
Maiores infomações no site: www.brejas.com.br/cerveja.shtml

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Veronika Decides to Die

Baseado na romance homônimo de Paulo Coelho, o que para muita gente preconceituosa é um limitador por achar que ele só escreve histórias exotériocas e superticiosas. O longa conta de maneira brilhante uma história bem cotidiana.

Veronika, uma jovem eslovena, vive uma crise existencial por achar que tudo na sua vida é igual e, uma vez passada a juventude, viria a decadência, acreditava que o mundo estava errado, mas ela não tinha como reparar isso, não conseguia ver sentido para continuar viva e deicide se matar misturando comprimidos e álcool.

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A primeira cena é de arrepiar, pois se trata do ritual de suicídio da protagonista, que inicia com Veronika colocando a musica "Everything in it's right place" da brilhante banda britânica, Radiohead, a qual dispensa comentários em matéria de música para cortar os pulsos.

Após ingerir uma série de comprimidos e álcool, Veronika sucumbe, mas é socorrida e levada para uma clínica psiquiátrica e quando se reestabelece percebe seu fracasso

Entretanto, é surpreendida com a notícia que sua tentativa de suicídio à premiou com danos irreparáveis, que a levarão à morte a qualquer momento e que deve permanecer internada.

Diante de tal notícia, Veronika recobra sua pulsão de vida com seguinte diálogo:

Quanto tempo me resta?- Repetiu Verónica, enquanto a enfermeira dava a injecção.
- Vinte e quatro horas. Talvez menos.

Ela baixou os olhos, e mordeu os lábios. Mas manteve o controle

- Quero pedir dois favores.

O primeiro, que me dê um remédio... de modo que eu possa ficar acordada, e aproveitar cada minuto que restar da minha vida. Eu estou com muito sono, mas não quero mais dormir, tenho muito que fazer - coisas que sempre deixei para o futuro, quando pensava que a vida era eterna. Coisas pelas quais perdi o interesse, quando passei a acreditar que a vida não valia a pena.

- Qual o seu segundo pedido?

- Sair daqui, e morrer lá fora. Preciso de subir ao castelo de Lubljana, que sempre esteve ali, e nunca tive a curiosidade de vê-lo de perto... quero andar na neve sem casaco, sentindo o frio externo - eu, que sempre estive bem agasalhada, com medo de apanhar uma constipação.

-Enfim, Dr. Igor, eu preciso de apanhar chuva no rosto, sorrir para os homens que me interessam, aceitar todos os cafés para os quais me convidem.

-Tenho que beijar a minha mãe, dizer que a amo, chorar no seu colo - sem vergonha de mostrar os meus sentimentos, porque eles sempre existiram, e eu escondi-os...

-Quero entregar-me a um homem, á cidade, à vida e, finalmente, à morte.

Após este diálogo, Veronika se envolve com o meio e com outros personagens em busca de realizar tudo aquilo que estava sufocado em meio ao orgulho e às regras de conduta de uma sociedade doente, individualista e sem afeto, que abre mão de viver e se permitir em nome de uma ilusão de liberdade e desapego.

Independente do final da história, é um ótimo filme e a trilha sonora é fantástica à exemplo de Everything in it's right place.

Justice, because... We are your friends!

Essa dupla francesa vem agitando as melhores festas e festivais do mundo. Na safra acompanhada de Soulwax, Digitalism, Daft Punk, vem revolucionando o circuito alternativo por ai.

Conseguem recauchutar músicas de outras bandas e criam hits atrás de hits, pois inserem uma pegada mais eletrônica e ácida, colocando os punks para dançar.



A grande sacada é que, mesmo com essa onda de DJS de festa rave que nada tem a ver com Rock, essa galera consegue ser fiel ao estilo e com bom gosto.

Mostram que entendem do que estão fazendo e são músicos e não sampleadores e especialistas em softwares e hardwares.

Em suma: OK COMPUTER, mas nem tanto...

terça-feira, 13 de julho de 2010

VS Ramachandran: Os neurônios que moldaram a civilização

Cada vez mais as diversas áreas da ciência estão sendo conectadas, a interdisciplinariedade está em voga no meio acadêmico.

Um dos exemplos dessa transversalidade é a neurociencia, pois faz a conexão entre os fenômenos neurológicos e culturais com uma abordagem filosófica.



Para quem se interessa pelo assunto, encontrará palestras interessantissimas no site: http://www.ted.com/ - uma das palestras é do neurocientista indiano Vilayanur Ramachandran.

O tema abordado nesse vídeo trata dos neurônios espelhos, descoberta recente que explica o diferenciado processo de evolução humana, o surgimento da cultura, além de casos clínicos que demonstram que o mecanismo da sinapse está além dos limites do corpo.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Lavoura Arcaica

Um filme pouco visto pelo grande público, criticado pelo mercado cinematográfico, por utilizar-se da forma narrativa para que o roteiro seja fiel ao romance homônimo de Rudan Nassar, publicado em 1975, proporcinando dialogos complexos e longos.

Entretanto, aclamado pela crítica no Brasil e no Exterior com mais de 25 prêmios, Lavoura Arcaica é o primeiro longa-metragem dirigido por Luiz Fernando Carvalho, lançado em 2001.

Construido sem um roteiro prévio, utilizando o livro como fonte primária de todas as falas, o diretor se dedicou  à estética e à atuação dos atores, o que resultou em cenas e fotografias primorosas.

A trilha sonora conta com a colaboração do compositor Marco Antônio Guimarães, do grupo instrumental Uakti, que utiliza temas típicos de música árabe e a citação da paixão segundo São Mateus de Bach.

Walter Carvalho assina a direção de fotografia, explorou contrastes de luz e sombra, imagens fora de foco, que resulta em uma estética quase abstrata. A direção de arte é de Yurica Yamasaki, figurinos de Beth Filipeck, montagem e produção do próprio diretor.



A história, contada em primeira pessoa, se passa na fazenda de uma  família de origem libanesa, em que André, o protagonista, foge para a cidade por se rebelar contra as tradições agrárias e patriarcais impostas por seu pai.

Na cidade, André espera encontrar uma nova vida, diferente da que vivia na fazenda de sua família. Pedro, irmão de André é enviado por sua aflita mãe a cidade e o encontra numa pensão suja e em estado de cólera, onde passa a ouvir suas angustias, os motivos de sua fuga e o odioso conflito contra os valores paternos.

Com a narrativa não linear, André faz uma jornada sensível a sua infância, contraponto os carinhos maternos aos ensinamentos punitivos do pai. Pedro defende os valores patriarcais da família fiando-se a doutrina cristã as quais André se insurge.

André tem pressa, quer ser dono de sua própria história e viver intensamente o que é incompatível com a lentidão das regras sociais e da natureza que o cerca. Angustiado pela paixão incestuosa por sua irmã Ana e sua rejeição, confessa que esse é o motivo fundamental de sua fuga.

Sabendo do sofrimento da mãe, André aceita voltar e é recebido por seu pai com uma longa conversa, seguida de uma festa tradicional, que ao invés de reestabelecer a unidade da família, explicita o conflito entre os valores da família e um de seus integrantes. Pelo desfecho dramático, o filme é definido como uma versão inversa da parábola do filho pródigo.

Elenco
Selton Mello .... André
Raul Cortez .... pai
Juliana Carneiro da Cunha .... mãe
Simone Spoladore .... Ana, a irmã mais nova
Leonardo Medeiros .... Pedro, o primogênito
Caio Blat .... Lula, o caçula
Denise Del Vecchio .... prostituta
Samir Muci Alcici Júnior
Leda Samara Antunes
Pablo César Câncio .... André criança
Luiz Fernando Carvalho .... André narrador (voz)
Raphaela Borges David

quarta-feira, 23 de junho de 2010

NNEKA

Nigeriana de origem, Nneka Egbuna no final dos anos 80, aos 8 anos, por questões pessoais as quais ela pouco fala, mudou-se com seu pai para a Alemanha, terra natal de sua genitora, que não participou de sua criação

Sua ligação com a música partiu de iniciativa própria, visto que seu pai é arquiteto e fazendeiro e sua formação acadêmica é em antropologia.

Seus temas retratam as angústias de milhares de africanos "exilados" na Europa, que tentam manter suas origens e se preocupam com as questões políticas e sociais de sua terra natal.




Nascida Warri, a "cidade do petróleo", Nneka transita entre a Alemanha e a Nigéria, mas seus temas continuam fieis às suas origens e transmitem a saudade que sempre sentiu de seu país, a exploração das industrias petrolíferas sofrida por seu povo e a luta pela democracia e liberdade artística, além de questões pessoais.

Nneka tem como principal influência, seu conterrâneo Fela Kuti, criador do afrobeat e uma espécie de líder artístico e político do seu povo. Mas, apesar de todo orgulho e devoção à sua origem, Nneka admite que se tivesse permanecido na Africa, jamais teria chance de produzir seus álbuns, pois não teria vivido e visto certas coisas.  

Em sua música, pode-se notar a fusão do reggae, rap, funk, trip hop, soul, afrobeat, hip hop e jazz, o que leva os críticos a chama-la de nova "Lauryn Hill", comparação que Nneka, de personalidade forte, diz ser uma necessidade da mídia e não dela. Apesar disso, não nega a influência e admiração pela diva americana e de sua extinta banda Fugees.

Seu primeiro álbum, "Victim of Truth, foi mal distribuído e não obteve o sucesso que merecia, mas o segundo álbum, "No Longer at Ease", lançado em 2008, logo ganhou proporção mundial, graças a ele e à apresentações no line up de festivais abrindo shows de artistas como Sean Paul e Gnarls Barkley, seu trabalho anterior também foi reconhecido e admirado.

Para quem está acompanhando a Copa da Africa do Sul, pode ouvir-la na canção"Viva Africa", tema do álbum ''FIFA World Cup 2010''.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Bom Yeoreum Gaeul Gyeoul Geurigo Bom

A genialidade do cinema Coreano é muito bem representada por Ki-duk Kim, diretor e roteirista deste premiado longa metragem.

Sobre um fantástico templo flutuante, que proporciona cenas que são verdadeiras obras de arte com fotografias inesquecíveis, um jovem é educado por um monge de forma rigorosa.

Com um contato estreito com a natureza, o mestre ensina ao pupilo a importância de respeita-lá, o punindo quando maltrata animais pequenos, forjando um ser humano sensível ao meio, o que o faz buscar uma vida em harmonia, totalmente inserido na natureza.


Esta conexão com a natureza é traduzida, atribuindo a cada estação do ano uma fase da vida do jovem no decorrer de sua vida.

A harmonia no templo parecia ter uma força inabalável, até que na fase adulta, a chegada de uma jovem urbana, procurando a cura para suas doenças sociais, proporciona ao pupilo o despertar sexual e junto com ele paixões, ciúmes, obsessão em detrimento dos anos de ensinamentos do mestre.

O contato com as doenças sociais do mundo cotidiano, o faz entrar em colapso e leva o telespectador a perceber o quanto os valores da sociedade estão longe da harmonia e respeito ao ser humano e à natureza.

O quanto somos corrompidos por sentimentos mesquinhos, em que relacionamento humano e o sexo fazem parte de um jogo de poder e manipulação autofágico, que nos leva à subjugar o outro sem nenhum objetivo, apenas pelo prazer do sentimento de indiferença e da ilusão de se sentir inabalável.

A falta de sensibilidade coletiva, faz com que as pessoas procurem banalizar as relações humanas e a natureza, não dando importância nem mesmo para si mesmas.

Essa realidade traz uma visão pessimista, mesmo diante de um cenário maravilhoso que contrasta com a angustia e o desespero de um ser humano, que se vê em conflito entre a pureza de sua criação e a triste realidade das relações humanas.

É um filme sutil e devastador, assim como Oldboy.

Rock Rock Rock

Qualquer lugar, qualquer pessoa, duas guitarras, um baixo e uma bateria, pode parar que deve rolar um Rock 'n Roll.

Esse gênero musical, surgiu no final da década de quarenta nos Estados Unidos com a combinação de gêneros musicais, principalmente gêneros afro-americanos, como o gospel americano, a folk music, blues e jazzpara revolucionar o mundo e a música. A batida é essencialmente um blues boogie-woogie, com um contratempo acentuado, este último quase fornecido por uma caixa clara.



Muito mais que um gênero musical, o Rock 'n Roll já começa a ser polêmico pelo termo, pois sua origem é na fusão de músicas africanas, blues e jazz, gospel, country, nos Estados Unidos, um pais puritano e racista . Ainda com uma conotação sexual, que pode ser interpretada como sacudir, incitar e rolar.

Apesar do estilo ter se sedimentado na década de quarenta, verifica-se que no século XIX em Manhattan já existiam fusões de ritimo africano com melodias européias.

Antes do Rock, os gêneros musicais eram classificados por raça, nacionalidade, localização, estilo, instrumentação, técnicas vocais, e mesmo de religião. Entretanto, no fim dos anos 40, o Rock surgiu e sacudiu o mundo se tornando um gênero inclassificável.

Embora inicialmente classificado como um gênero afro-americano, tendo como pioneiros Louis Jordan, The Mills Brothers e The Ink Spots, rápidamente foi incorporado pelos brancos como Elvis Presley, Frankie Avalon e Ricky Nelson e se tornou o gênero mais difundido entre os jovens independente de raça, situação econômica, religião ou região e ainda com desdobramentos não só musicais, mas como estilo de vida, moda, atitude, linguagem e convicções.

Com viagem de artistas de blues americano à Grã-Bretanha, o rock se desenvolveu na Inglaterra na década de 50, algumas caracteristicas foram aduzidas para forjar o Rock Britânico, o baixo elétrico e a guitarra base, são instrumentos marcantes e proporcionaram a Invasão Britanica nos EUA, com o sugimentos de Bandas como The Shadows, The Querrymen, mais tarde conhecida como The Beatles, posteriormente, The Rolling Stones, The Yardbirds, The Animals, Them, etc.

No decorrer do tempo, o Rock passou a abrigar diversos sub-gêneros e está cada vez mais difícil definir o que é Rock, acid rock · Geek rock · art rock · beat · blues-rock · Cena Canterbury · country rock · folk rock · funk rock · glam rock · hard rock · heavy metal · Invasão Britânica · jam bands · j-rock · Jovem Guarda · krautrock · New Rave · New Weird America · piano rock · pop rock · power pop · pub rock · punk rock · rap rock · rockabilly · rock alternativo · rock and roll · rock cristão · rock de garagem · Rock in Opposition · rock instrumental · rock progressivo · rock psicodélico · rock sinfônico · samba rock · synthpop · soft rock · southern rock · space rock · surf rock · stoner rock · trip rock · visual kei, são alguns dos sub-gêneros mais conhecidos, mas é impossível dizer que são apenas estes.

Pode-se dizer que o Rock está muito mais ligado à atitude do que a música em si, pois há bandas que se intitulam de Rock, mas as atitudes não tem nenhum compromisso com os padrões estético-comportamentais que o Rock sugere.

Por outro lado, há sons inclassificáveis, que tem a verve do Rock em sua atitude, pois suas aparições sacodem, incitam, revolucionam, reacendem a contracultura, contestam a ordem e os valores da sociedade ou, simplesmente, falam de amor, questões existenciais, melancólicas, que todo mundo passa, ou deveria, da adolescencia até a fase adulta.

O verdadeiro Rock traz consigo o idealismo, a juventude, a vontade de mudar o mundo e a cada rif pode se identificar o quanto é verdadeiro esse sentimento que nunca deve morrer dentro de nós.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Zeitgeist - O Espírito do Tempo.

Para quem gosta de teorias conspiratórias, que fazem questionar verdades estabelecidas, eis um vídeo muito bem fundamentado.

Não se trata de doutrina ou religião, muito menos verdade ou mentira, o que se pode agregar deste vídeo, que já está no terceiro volume, é a abordagem "racional" de fatos históricos e religiosos.

Os assuntos abordados são: a história das religiões, a formação dos Estados, as guerras, a formação das grandes corporações e do mercado financeiro, as maiores tragédias e crises mundiais, e ainda, os valores ocidentais.


Todos estes assuntos são alinhavados buscando uma lógica de controle de masssa, pessoas acima do bem e do mal, capazes de manipular o mundo como um teatro de fantoches.

Este vídeo faz parte de uma organização que propõe uma série de medidas que promovem um " rage against the machine". Depois de assistir os vídeos a sensação é que puxaram seu tapete e você fica no ar, pois dá uma "chacoalhada" em verdades que nem você sabia que acreditava.

Por mais senso crítico que se tenha, é neste filme que se percebe o quanto forte é o fundo moral dos valores incutidos nos indivíduos pela sociedade ocidental, pois mesmo os mais contestadores e simpatizantes da contra cultura se sentem agredidos e impotentes diante da triste realidade retratada.

No fim, vendem a esperança que a luta contra o sistema é possível e promove os ideais da organização como uma solução viável, mas não obrigatória.

"HE LOST CONTROL"

Ian Curtis, vocalista e às vezes guitarrista da banda Joy Division, compositor de letras trágicas, tristes e melancólicas, que falam de violência, alienação e degeneração urbana.

Suas influências vão desde escritores como William Burroughs, J G Ballard e Joseph Conrad aos cantores Lou Reed, Jim Morrison, Iggy Pop e David Bowie.


Joy Division teve a duração de 4 anos, o sucesso foi alarmante, rápido e a rotina de shows, o desgaste emocional com a separação de um casamento precoce, a paixão pela jornalista Annik Honoré, drogas e a entrega desgastante do cantor em suas composições, que falavam muito de suas questões existenciais, agravou sua saúde frágil que o levou a se enforcar aos 23 anos.


O filme "Control", conta melhor essa história, cenas de suas apresentações mostram a fragilidade de um epilético que confundia os fãs, pois sua performance se misturava com seus ataques no palco.

Desde jovem, sempre se demonstrou uma pessoa perturbada, envolta em pensamentos e ideologias baseadas na contracultura, o que tornava o mundo muito sufocante para ele. Seu suicídio, através do um enforcamento, ilustra muito bem o quão sufocado o cantor se sentia.

É a história de um roqueiro, idealista, romântico e meio autista, que não conseguiu conciliar seu mundo ao mundo que tentava consumi-lo a todo custo, por isso ele perdeu o controle.

Em sua lápide lê-se a seguinte frase "Love Will Tear Us Apart".

sábado, 12 de junho de 2010

A VERDADEIRA RAINHA

Essa mulher... quando abre a boca, os sons ecoam na amplitude de seu reinado, é simplesmente apaixonante, tanto quando canta, quanto quando fala. Compositores de seu tempo passaram a compor imaginando como a música seria cantata por Elis Regina.

Sua sinceridade e sua gana quando toma a música para si são inigualáveis. Afirmar que Elis Regina, quando canta uma música a toma para si é tão verdade, que quando qualquer artista se atreve a cantar alguma música já interpretada por ela, a comparação é tão cruel que logo coloca a "viola no saco" e desiste.


Sua existência é tão sublime, que é difícil falar dela no pretérito, parece que ela ainda está fisicamente por aqui, pois sua cantoria tem tanta vida que a torna imortal, toda gravação parece ao vivo tamanha é sua entrega a cada nota, mesmo ouvindo por diversas vezes, cada audição parece única.

É o tipo de artista que não depende de nacionalidade, pedigri, moda, muito menos  aristocarcía que a justificasse, onde quer que ela nascesse, brilharia do mesmo jeito. Nada ofuscaria sua luz, nem mesmo no pântano de um país subdesenvolvido em plena ditadura a fez calar-se. Era a cantora preferida de todos os gêneros, se misturava em todos os meios da música, mesmo com personalidade forte, todos sucumbiam ao seu talento.

Assistí-la cantar e falar é apaixonante, sempre com a emoção nos olhos, cada palavra gritada ou sussurrada tem um porque que não está na razão, é impossível não se envolver com toda a sinceridade de suas interpretações e opiniões.

É uma chama forte e brilhante, mas  se expôs tão impunemente, que a pressão do sucesso e o peso de ser uma estrela, veio como um sopro forte e à apagou. Acendeu, brilhou e se apagou, foram mais de 20 anos (blues) de brilho intenso, incandescente que iluminava e aquecia a existência de quem era contagiado por sua voz.

O programa ENSAIO, dirigido e "apresentado" por Fernando Faro,  ainda exibido na TV Cultura, às quartas, 23 horas, é uma relíquia, pois possui um acervo fantástico, além de ainda trazer artistas da atualidade. Seu formato é interessante, pois o entrevistador não aparece, apenas  utiliza técnicas indutivas por trás da câmera sem intervenções diretas.  É uma grande oportunidade de conhecer a obra de grandes nomes da música brasileira, como é o caso de Elis Regina.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

La Belle Personne

Eis mais um filme francês," La Belle Personne" conta com as brilhantes interpretações de Lea Séydoux (Junie) e Louis Garrel(Nemours).

Junie é uma linda adolescente de 16 anos, que acabara de perder a mãe e mudar de escola, por sua beleza singela, rapidamente arrebata o coração dos rapazes e inicia um romance com um deles, Otto (Grégoire Leprince-Ringuet).


Todavia, sua beleza desperta a paixão de seu professor de italiano Nemours, no início, Junie tenta não corresponder, mas logo se dá conta que está contaminada por aquele sentimento.

O desencadear desta trama de típico romance adolenscente, com reviravoltas, tragédias, abandonos, surpreende, pois a direção e roteiro de Christophe Honoré, consegue transmitr algo a mais e torna fascinante uma história que poderia ser tão clichê.

Ernest Hemingway - "O perdido"

Hemingway, escritor americano que faz parte de um grupo de escritores expatriados em Paris no início do século XX, conhecidos como "geração perdida", iniciou sua carreira após o termino do High School, trabalhado como jornalista no Kansas City Star.

Em 1918, decidido a ir para Grande Guerra, resolveu se alistar, mas foi preterido por ter um problema na visão, optou então ser voluntário da Cruz Vermelha. Tornou-se motorista de ambulância. 

Atraído pela Guerra, logo deu um jeito de trabalhar no front, onde sua equipe foi atingida por uma bomba e o mesmo carregou um soldado ferido até um abrigo e foi baleado na altura do joelho.

O ferimento o incapacitou de continuar na cruz vermelha, quase teve que amputar a perna. Por outro lado, ganhou condecorações e se apaixonou pela enfermeira, Agnes Von Kurowsk, que dizem ter sido o seu único amor idealizado e inspiração para a heroína, Catherine Barkley, de "Farewell to Arms" livro (1929), filme (1957).

Retornou para os EUA inconformado, pois depois de ter participado da Grande Guerra e ter se apaixonado por Agnes, nada mais o interessava.

Conforme conta o filme biográfico "In love and War", o retorno aos EUA e o traumático rompimento com Agnes, acentua ainda mais suas características pessoais e seu estilo de escrita. A "evidencia trágica", o "espírito aventureiro", o "desafio à morte", o amoralismo, realismo, descritismo, concretismo, primeiro parágrafo e frases curtas, linguagem vigorosa, frases sempre positivas, são marcantes em sua obra. 

Nota-se que seus livros são fortemente baseados em suas experiências pessoais na 1ª Guerra (1914-1918), como correspondente de jornais norte-americanos, na guerra dos Bálcãs e  depois no Oriente Médio, essa experiência lhe serviu de inspiração para um de seus contos mais obscuros, "On the Quai at Smyrna"

Em 1921 como correspondente estrangeiro em Paris, ao cobrir a guerra entre Grécia e Turquia, quando acaba se unindo ao Movimento Modernista Parisiense, encabeçado principalmente por Gertrude Stein e Ezra Pound, que se tornaram seus mentores. Essa experiência de expatriado americano lhe inspiraria mais tarde a obra "A Moveable Feast". 

Retornando ao Canadá em 1923, o escritor passou a ter problemas com seu editor, Harry Hindmarsh, e acabou se demitindo do jornal em Dezembro daquele ano, apesar de continuar a colaborar esporadicamente até 1924.

Em 1925, Hemingway publicou sua primeira coletânea de contos, "In Our Time". Um ano depois, brindou o mundo com "The Sun Also Rises", uma novela com traços autobiográficos sobre um americano em Paris e na Espanha.

Na Guerra Civil Espanhola (1936-1939), escreveu o best seller "For Whom the Bell Tolls" e, posteriormente, participou como correspondente e soldado irregular na 2ª Guerra Mundial (1939-1945), Em 19944, acabou se casando pela quarta vez com a correspondente de guerra Mary Welsh e foi viver em Cuba.

Em Cuba, começou a planejar sua trilogia do mar, que geraria um de seus mais conhecidos sucessos, "The Old Man and the Sea", publicado inicialmente em 1952. A obra acabaria ganhando um prêmio Pulitzer em 1953 e lhe daria um Nobel de Literatura um ano depois.

Entre suas principais obras, Hemingway publicou centenas de contos e poesias, seu espírito aventureiro e boemio, o levou à conhecer inúmeros lugares, presenciar a maioria dos fatos históricos de seu tempo, ter diversos romances e casamentos, conhecer as mais influentes pessoas de sua época, participar de safaris, caças submarinas, etc.

Entretanto, sua vida desregrada e temperamento difícil, redundou em graves problemas de saúde.

Em 1959, mesmo com a tomada do poder em Cuba por Fidel Castro, Hemingway decidiu continuar morando no país e mantinha boas relações com o ditador, apesar de não perdoá-lo por ter mandando matar alguns amigos. 

Em 1960, deixou a ilha e sua casa se tornou um museu em sua homenagem. Depois de um tratamento médico à base de choques na Mayo Clinic, sofrendo de amnésia e com graves problemas de saúde, Hemingway, assim como seu pai, se matou na primavera de 1961, dando um tiro na cabeça.

Seu estilo na escrita influencia até o hoje a literatura e o jornalismo,  muitas de suas obras foram interpretadas no cinema, quem lê as cenas tão bem descritas por Hemingway, incorpora seus personagens e facilmente se sente parte da história. 

A impressão é que o descrito esteja realmente acontecendo, sente-se o clima, o gosto, os cheiros, os porres, a raiva e a melancolia de seus personagens.

Sua obra se confunde com sua vida exuberante, inclusive, muitos de seus personagens são identificados com seu alterego, amigos e pessoas próximas.


Ernest Hemingway é, sem dúvida, um dos maiores escritores da literatura moderna.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Antônio Abujamra - Provocações - Roberto Freire

Provocações, programa exibido na TV cultura, às sextas 22 horas com reprises na madrugada às 1:30 horas, irreverente, crítico, corrosivo, este é Antônio Abujamra, o entrevistador.



Antes de entrevistador, Antônio Abujmara e ator e diretor e, muito além disso, um gênio, responsável por inesquecíveis personagens, peças e filmes, por onde passa sua marca é facilmente identificada.

Provocações é, conforme o título, uma arena em que se presencia grandes batalhas entre esta fera e seus convidados que, por estarem a sua frente não tem outra opção, senão se degladiarem ou ao menos se defenderem a qualquer custo. Todos sobrevivem, alguns saem com quilates a mais outros com a menos.

O grande vencedor é o público, que assiste a inusitadas perguntas e responstas, divagações indutivas e sutís, que obrigam ao entrevistado se expor mais do que o previsível.

Nesta edição, o entrevistado é, o não menos gênio, psiquiatra e escritor  Roberto Freire, que foi também diretor de cinema e teatro, autor de novela, letrista e pesquisador científico e o criador da somaterapia, terapia corporal baseada nas teorias psicanalíticas do austríaco Wilhelm Reich e de conceitos anarquista. 

Freire se apresentava como "anarquista, escritor e terapeuta". Sua principal criação, a Somaterapia, vem sendo desenvolvida e praticada no Brasil e na Europa pelo Coletivo Anarquista Brancaleone.

Ganhe tempo assistindo este programa e conhecendo a obra do entrevistado.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

COMETA BUCKLEY 2

Este é daqueles artistas do tipo "cometas", pois são tão raros e passam tão rápido, que só os mais sensíveis e avisados conseguem perceber.

A tragetória é rápida, mas é claro que alguma coisa fica e, neste caso, este deixou muita coisa, mais em intensidade do que em quantidade. A sensação é que você está curtindo um filme inacabado, as próximas cenas seriam fantásticas, mas o meio vira o fim.


Filho de outro tão importante cometa, Tim Bukcley, cresceu tentando não ser comparado ao pai, se limitou a estudar guitarra, até o dia que em um show tributo à seu pai, decidiu cantar. Foi comparado, mas não ficou à sombra, buscou estilo próprio e arrancou apaixonados elogios de artistas como Paul McCartney, Chris Cornell, Bono Vox e Jimmy Page.

Poderia ter feito mais, poderia ter influenciado mais, poderia, poderia, poderia... Mas a obra dele está ai, era um exímio compositor, cantor e guitarrista, bastam só alguns minutos de audição para saber que ele veio ao mundo e não perdeu a viagem, sua voz, seu estilo próprio e sua verdade são singulares, ainda mais nesse mundo fake de hoje.

A expectativa de todos era grande, decolou rápido para o sucesso e reconhecimento no meio artístico e no público, seu voo certamente atingiria o grande público, até que no dia 29 de Maio de 1997, quando trabalhava em seu segundo álbum, antes de se encontrar com sua banda, resolveu dar um mergulho no Wolf River. Só foi encontrado morto no dia 4 de Julho, perto do Mississippi.

Contudo, seu trabalho ficou, é admirado até hoje por artistas, músicos e fãs do mundo todo. Para quem quiser conhecer um pouco mais, eis a discografia, inclusive com alguns DVDS:

Álbum de originais:

* 1994 - Grace

Álbuns "ao vivo":

* 1993 - Live at Sin-é
* 1995 - Live from the Bataclan
* 2000 - Mystery White Boy
* 2001 - Live À L'Olympia
* 2003 - Live at Sin-é (Legacy Edition)

Compilações:

* 2002 - The Grace EPs
* 2004 - Grace (Legacy Edition)
* 2007 - So Real: Songs from Jeff Buckley

Álbum póstumo:

* 1998 - Sketches for My Sweetheart the Drunk

Parcerias:

* 2002 - Songs to No One 1991-1992 (colaboração com Gary Lucas)

sábado, 5 de junho de 2010

The Science of Sleep

"The Science of Sleep", lançado em 2006, é o filme do diretor francês Michel Gondry, o mesmo diretor do aclamado "Eternal Sunshine of the Spotless Mind", de clipes da Bjok, Draft Punk, The Whit Stripes, The Chemical Brothers, The Vines, Steriogram, Radiohead e Beck.

Estrelam no filme, Gael Garcia Bernal, (Amores Perros, Y tu Mamá También, El Crime del Padre Amaro e The Motocycle Diaries) interpretantdo Stéphane Miroux, Charlotte Gainsbourg (I'm not there, Antchrist) é Stéphanie, Miou-Miou (Germinal) é mãe de Stéphane Miroux.


Só a ficha técnica já causa expectativa em quem ainda não viu o longa, que conta a história de um sujeito excêntrico, perdido e talentoso, que encontra no sonho a maneira de realizar suas idéias. Como o título e a fama do diretor sugerem, é uma mistura de sonho e realidade. 

É um filme fantástico e ganha um tom romantico quando Stéphane volta para o apartamento de sua mãe e logo após, conhece duas mulheres que acabaram de se mudar para o apartamento da frente.

Stépahe se apaixona por uma das vizinhas - Stephanie e não consegue encontrar outro recurso para concretizar seu desejo, senão aprimorando sua técnica de controlar seus sonhos e, dessa maneira, usá-la  ficar com a garota. A técnica funciona, o problema é que a partir desse momento ele acaba preso entre sonho e realidade.

É um filme deslubrante, na mesma pegada de "Eternal Sunshine of the Spotless Mind", a trilha sonora conta com bandas como With Stripes e Velvet Underground, uma ótima pedida para o seu fim de semana ficar mais leve.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

É SEMPRE BOM LEMBRAR : Globo e você, tudo a ver!

Assunto batido, panfletário, vídeo antigo, cansativo, de má qualidade, todo mundo já viu ou ouviu falar, ex-mentiras, ex-verdades, mas como o brasileiro é um povo sem memória, é sempre bom lembrar:



Na época abordada no vídeo, as pessoas tinham que levantar do sofá para trocar de canal, tinham que colocar palha de aço (marcas - anunciem aqui) na ponta da antena para sintonizar outros canais.

Hoje tudo mudou, o Controle Remoto, a TV paga e a Internet mudaram nossas vidas (alô, alô classe médiaaaa).

Grande ex-verdade!

A frase: "Nem todos estão felizes no Brasil", continua atual, todas as questões abordadas no vídeo continuam a existir, algumas estatísticas melhoraram, outras pioraram, a população aumentou. Só a minoria tem dinheiro para TV paga e Internet, a TV aberta possui canais iguais ou piores que a Globo, as concessões públicas são feitas sob o mesmo critério e descobrimos que trocar de canal não é mais a solução.

Os canais estatais são até de ótima qualidade, mas os telespectadores continuam os mesmos e passam batidos por estes canais, mesmo com TV paga, vários canais são de domínio da Rede Globo entre outras emissoras. No interior, a maioria das filiais dos canais abertos e rádios são de coronéis e políticos, que mesmo após a democratização ainda continuam no poder.

O "Fastão" continua com suas "olimpíadas bobócas" e o povo continua a rir, olham para TV e parecem que entram em "transe". Acordam com o "Bom Dia Brasil" (título irônico), tomam café com a "Ana Maria Praga" (licença poética), na sequência desenhos animados, "Vídeo Show" - masturbação  global, novela de microondas(1), filme ruim, "Malhação", novela (2), novela(3), jornal, novela(4!!!), alguma coisa para encher linguiça e dormem com o "Jornal da Globo", se perderem o sono com os absurdos e violências que os seguram em casa, podem levar o gordinho egocêntrico para cama, que não deixa ninguém ser mais interessante que ele, portanto, só ele fala. Obs: Não troquem de canal, pois variações do mesmo tema não vão surpreender você.

Sábado e Domingo é de chorar, melhor nem comentar... o batalhão formado por Angélica, Luciano Hulk, Rodrigo Faro, Zorra Total, "Fastão", Netinho, Gugu, Raul Gil e clones não merecem mais de três linhas de leitura.

Tudo continua do mesmo jeito, mesmo com o controle remoto, TV paga, Internet etc, nada mudará enquanto quem que está do outro lado continuar em "transe", com medo de sair de casa e ocupar as praças,  livrarias, bares - os meios sociais, que servem também para cultivar o espírito coletivo e exercitar a cidadania.