sábado, 24 de julho de 2010

CERVAS!

Produzida através da fermentação de cereais, principalmente a cevada maltada, tem-se notícia que a cerveja é uma das bebidas alcoólicas mais antigas do mundo, passado que remonta 4 mil anos antes de Cristo, inicialmente consumida entre os sumérios, egípcios e mesopotâmios.

Certamente existiram vários tipos de cervejas neste processo histórico, dependendo da região, da cultura, da água e do clima de cada parte do globo. Atualmente,  o processo de fermentação é o quesito principal para se classificar os tipos de cerveja, inicialmente classificadas em dois grupos Ale (alta fermentação) e Larger (baixa fermentação).

A cerveja de alta fermentação, denominada Ale, possui o teor alcoólico mais elevado, entre 4-13%. São mais turvas, saborosas e seu consumo ideal é em temperaturas menos baixas que as Largers, sendo mais tradicionais na Grã-Bretanha e Irlanda, geralmente, seu processo de fabricação e mais lento e artesanal. Os tipos mais conhecidos são mild (meio-amargas), bitter (amargas), pale ale (ale clara), porter (cerveja escura muito apreciada por estivadores) e stout (cerveja preta forte).

As do grupo Larger, originárias da Europa Central, da região hoje conhecida como Alemanha, tem por definição sua baixa fermentação, sua cor clara, e são as mais consumidas e produzidas em larga escala, de maneira industrialializada. São armazenadas em baixas temperaturas por um maior período de tempo, que as tornam mais amadurecidas e com alto teor de gás carbonico, de sabor moderadamente amargo e conteúdo alcoólico entre 3-6% por amostra. 

Os estilos de lager incluem: Bock, Doppelbock, Eisbock, Munchner Helles, Munchner Dunkel, Maibock, Dry Beer, Export, Märzen (feita somente para a Oktoberfest( bávara), Pilsener e Schwarzbier (cerveja preta). Dentre as do tipo larger, o gênero mais consumido é a cerveja Pilsen como a Heineken, Carlsberg, Brahma, Quilmes Budweiser O nome pilsen é derivado de Pilsen, nome alemão da atual cidade de Plzen, localizada na República Checa, onde este estilo de cerveja foi originalmente produzido.

Ainda há a cerveja feita com a fermentação do trigo, as do tipo abadia, cujo processo de produção e ingredientes  torna o sabor bem característico, entre outros tipos exóticos e bastante especias. 

Vale lembrar, que assim como o vinho, cada tipo de cerveja é apropriada para uma ocasião e para acompanhar um prato. No Brasil, ainda não há esse costume, pois a cerveja Pilsen tem quase o monopólio do mercado e como a distinção de sabor é menos acentuada, seu teor alcoólico é menor e seu sabor é mais amargo, geralmente é consumida a qualquer momento, sem necessariamente ter que harmonizar com um prato.

A boa notícia é que com o incremento do mercado interno e da sensível melhoria do poder aquisitivo do brasileiro, o comércio das Ales está começando a ser viável tanto para a importação, quanto para o surgimento de fabricas que se dispõem a produzir no Brasil em menor escala, apostando na criação de um novo mercado consumidor.

Já existem no mercado brasileiro, além das importadas, cervejas nacionais Ale  e artesanais que nada deixam a desejar como: Abadessa Emigrator, Anner Bier, Backer, Baden Baden, Bamberg Alt Bie, Barley, Bauhaus, Bierland, Colorado, Coruja, Dado Bier, EikBier, Eisenbahn, Falke Bier, Jahu, Therezópolis, Schmitt, Wals, Whitehead.

No Rio de Janeiro, há algumas fábricas, geralmente abertas ao público para consumo, pois possuem bar próprio, como é o caso da Choperia Mistura Clássica de Volta Redonda, da Micro-Cervejaria do Bar Vice-Rei, Barra da Tijuca, que produz a cerveja Astrabier e a Cervejaria Röter Brauhof no município de Barra do Piraí.

Abaixo seguem algumas dicas de harmonização:

  • Cervejas leves acompanham comidas leves, enquanto cervejas mais fortes, intensas e encorpadas harmonizam melhor com comidas mais pesadas e gordurosa.
  • Pense em Ales como Vinho Tinto e Lagers como Vinho Branco. Como as Ales são fermentadas em temperaturas mais altas, normalmente são de aromas e sabores mais complexos. Lagers, por serem fermentadas em temperaturas mais baixas, são normalmente mais leves, com aromas e sabores mais suaves. Outro comparativo válido é pensar em cervejas de alto amargor como se fossem vinhos bem ácidos ou com bastante tanino.
  • Quanto mais escura a cerveja, mais escura deve ser a comida da harmonização. Cervejas escuras recebem essa cor dos maltes escuros, que normalmente têm um sabor mais tostado e algumas vezes mais adocicado, que combina bem com os mesmos sabores das comidas bem assadas ou grelhadas.
  • Quanto mais picante for a comida, mais lupulada e amarga deve ser a cerveja. O lúpulo consegue cortar bem o efeito das pimentas, permitindo que você consiga sentir melhor os sabores tanto do prato quanto da cerveja.
  • Deixe que a região seja seu guia. Cervejas e comidas originárias da mesma região quase sempre funcionam bem juntas.
  • É importante ter atenção especial à sequência em que são servidas as cervejas. Se você planeja servir cervejas de diferentes estilos, prefira começar com as mais leves, tanto em sabores quanto em álcool, evoluindo para cervejas mais complexas e encorpadas no final. O mesmo vale para cervejas secas e doces. Comece pelas secas. O objetivo é que os sabores mais intensos não atrapalhem ou sobreponham os sabores mais leves. Também evita que as pessoas sintam-se pesadas ou sonolentas logo no início da harmonização.
Maiores infomações no site: www.brejas.com.br/cerveja.shtml