quarta-feira, 14 de julho de 2010

Veronika Decides to Die

Baseado na romance homônimo de Paulo Coelho, o que para muita gente preconceituosa é um limitador por achar que ele só escreve histórias exotériocas e superticiosas. O longa conta de maneira brilhante uma história bem cotidiana.

Veronika, uma jovem eslovena, vive uma crise existencial por achar que tudo na sua vida é igual e, uma vez passada a juventude, viria a decadência, acreditava que o mundo estava errado, mas ela não tinha como reparar isso, não conseguia ver sentido para continuar viva e deicide se matar misturando comprimidos e álcool.

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A primeira cena é de arrepiar, pois se trata do ritual de suicídio da protagonista, que inicia com Veronika colocando a musica "Everything in it's right place" da brilhante banda britânica, Radiohead, a qual dispensa comentários em matéria de música para cortar os pulsos.

Após ingerir uma série de comprimidos e álcool, Veronika sucumbe, mas é socorrida e levada para uma clínica psiquiátrica e quando se reestabelece percebe seu fracasso

Entretanto, é surpreendida com a notícia que sua tentativa de suicídio à premiou com danos irreparáveis, que a levarão à morte a qualquer momento e que deve permanecer internada.

Diante de tal notícia, Veronika recobra sua pulsão de vida com seguinte diálogo:

Quanto tempo me resta?- Repetiu Verónica, enquanto a enfermeira dava a injecção.
- Vinte e quatro horas. Talvez menos.

Ela baixou os olhos, e mordeu os lábios. Mas manteve o controle

- Quero pedir dois favores.

O primeiro, que me dê um remédio... de modo que eu possa ficar acordada, e aproveitar cada minuto que restar da minha vida. Eu estou com muito sono, mas não quero mais dormir, tenho muito que fazer - coisas que sempre deixei para o futuro, quando pensava que a vida era eterna. Coisas pelas quais perdi o interesse, quando passei a acreditar que a vida não valia a pena.

- Qual o seu segundo pedido?

- Sair daqui, e morrer lá fora. Preciso de subir ao castelo de Lubljana, que sempre esteve ali, e nunca tive a curiosidade de vê-lo de perto... quero andar na neve sem casaco, sentindo o frio externo - eu, que sempre estive bem agasalhada, com medo de apanhar uma constipação.

-Enfim, Dr. Igor, eu preciso de apanhar chuva no rosto, sorrir para os homens que me interessam, aceitar todos os cafés para os quais me convidem.

-Tenho que beijar a minha mãe, dizer que a amo, chorar no seu colo - sem vergonha de mostrar os meus sentimentos, porque eles sempre existiram, e eu escondi-os...

-Quero entregar-me a um homem, á cidade, à vida e, finalmente, à morte.

Após este diálogo, Veronika se envolve com o meio e com outros personagens em busca de realizar tudo aquilo que estava sufocado em meio ao orgulho e às regras de conduta de uma sociedade doente, individualista e sem afeto, que abre mão de viver e se permitir em nome de uma ilusão de liberdade e desapego.

Independente do final da história, é um ótimo filme e a trilha sonora é fantástica à exemplo de Everything in it's right place.

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