segunda-feira, 31 de maio de 2010

"SANTOS E MILAGRES"

                                                                                                                                                      Vênus de Milo: celeuma secular acerca da autoria
Dizem que os ditados populares carregam uma sabedoria que nos passa desapercebida. No meio de uma conversa se a alguém dispara “conto o milagre, mas não conto o santo”, logo percebemos que o objetivo é proteger o autor ou a obra.

Vários motivos cercam este objetivo, pode ser para proteger o "santo", ou o "milagre" de críticas e desafetos ou o “milagre” não é daqueles muito "cristãos", ou simplesmente é uma surpresa que só deve ser revelada pelo “santo”. Mas uma coisa é certa, geralmente o conteúdo do milagre deve ser peculiar, avassalador, que cause espanto e um coro de Ohhhhs, Humns, acompanhado de uma curiosidade desesperadora de saber quem foi o "santo"...

Certa feita, em uma entrevista, um artista contou uma história/parábola moderna em que crianças e seus pais visitavam um museu, o artista em exposição havia se suicidado há pouco,  as crianças estavam sorrindo, felizes e maravilhadas com sua obra, enquanto seus pais  perambulavam no museu como se estivessem num velório.

Nesse sentido, devemos ponderar acerca desse mundo de superexposição, em que as pessoas se submetem e são submetidas compulsivamente. A inversão de paradigma leva as pessoas a se interessarem mais pela vida do artista do que por sua obra, chegam até a valorar a obra dependendo do comportamento de criador.

A arte é cada vez mais associada ao comportamento privado do artista, deveria existir uma bolha que tornasse a arte intacta, ou então um mecanismo social igual a de uma tribo indígena matriarcal, em que ninguém sabe quem é o pai da criança, portanto todos são responsáveis em resguardar sua integridade física e intelectual.

Por outro lado, a obra transcende a existência do autor, em muitos casos há obras que somente recebem a atenção e o valor merecido após a morte do autor. Isto acontece, quando ele transgridem os valores sociais da época, muitos sucumbem a pressão social e procuram fugir se drogando e até mesmo cometendo suicídio. Entretanto, a importância de sua obra transcende as questões pessoais do autor e neste caso o "milagre" se perpetua independente das atitudes do "santo".

domingo, 30 de maio de 2010

THE BAD TASTE FROM ICELAND

Sons esquisitos, idioma cheio de consoantes, vários acentos na mesma palavra, pessoas exóticas, parecem o que realmente são - ISLANDESES. À primeira vista a imagem e o som traduzem uma tribo futurística, sem elo com outra civilização, lembram a civilização de Atlântida, aquela perdida, que uns dizem ter origem extraterrestre, outros dizem ter sido tragada pelo mar. Será que de tanto fazerem barulho, o mar os cuspiu nos mais badalados palcos do mundo?



O fato é que surgiram, e têm história sim, correram por fora do "mercado mundial" criaram seus selos e gravadoras “independentes”, um deles com um nome muito bom "BAD TASTE", que, diga-se de passagem, tem um ótimo argumento de seus criadores - Einar Örn Benediktson e Ásmundur Jónsson. Eles contam que o nome surgiu baseado num brocardo de Picasso, que soa até como um slogan: "O BOM GOSTO É O INIMIGO DA CRIATIVIDADE".

Essas e mais histórias estão registradas em alguns vídeos e livros, um deles é o vídeo álbum ROKK Í REYKJAVÍK, que tem uma pirralha que atende pelo nome BJORK na capa, um dos livros é do Fábio Massari da MTVBrasil, cujo título é Rumo à Estação Islândia.

Dessa nascente, engarrafaram boas amostras tipo exportação, mesmo que na época distribuídas para um público restrito, hoje atingiram uma boa visibilidade no cenário mundial do segmento "ROCK ALTERNATIVO".

Graças à evolução dos meios de comunicação, albuns de bandas como SUGARCUBES, BJORK, SIGUR ROS, entre outros de bandas para "maus gostos" mais apurados, já são encontrados nas prateleiras dos pagues e leves de algumas esquinas do mundo e no nosso querido youtube.

Outra singularidade que chama atenção de quem vai ao show do SIGUR ROS, por exemplo, é que durante o show o público fica estático, extasiado e a única coisa que se houve, além da música, é um rigoroso xiiiiiiii! das pessoas para proteger a pureza do momento.

GOOD OPENING!




Esta é a introdução do clássico Annie Hall, mas poderia ser a introdução da maioria dos filmes desse sujeito que traduz muito bem o que é o ser humano - Hollywood não gosta dele, alguns dizem que sua temática é repetitiva, não vende etc. 

O interessante é que a cada repetição, o espectador tem a oportunidade de perceber quantas possibilidades existem com os mesmos elementos, o quanto somos igualmente diferentes. Independente de qualquer crítica, suas obras são fieis ao que ele se propõe e continuam inabaláveis.

Toda pessoa que conhece sua obra, não tem expectativa, nem frustração, nunca será uma superprodução avassaladora, nem uma inovação cinematográfica, não se espera desdobramentos fantásticos e técnicas para não deixar você piscar, mas o que se vê é algo sutil, seco, direto que cutuca seu subconsciente e um dia você sente que tomou um soco na boca do estomago, não lembra o porquê, mas tem certeza que mereceu.

STARTUP

Cheguei até aqui para nada, nenhuma proposta inovadora, simplesmente registrarei...